Análise de Mercado trigo

Trigo norte-americano começa junho em alta; No Brasil, mercado se encontra em calmaria

A semeadura da safra 2023/24 de trigo começou na Argentina, e, no Brasil, as atividades de campo continuam firmes, sendo realizadas em todos os estados do Sul, os principais produtores nacionais. De acordo com informações da Bolsa de Cereales, 6,3% da área argentina destinada ao trigo havia sido semeada até o fim do mês passado. No campo brasileiro, a Conab indica que 34,6% das lavouras haviam sido semeadas até o dia 27 de maio, 5,1 p.p. acima do registrado no mesmo período do ano passado. Quanto aos preços, levantamento do Cepea indica apenas reajustes leves na última semana. A Bolsa de Chicago, por outro lado, começou o mês de junho com boas respostas no mercado do trigo. Apesar de possuir, de acordo com relatório do USDA, cerca de 36% das lavouras ruins ou péssimas, os negócios têm sido potencializados por conta da fiscalização russa que tem travado navios ucranianos carregados do grão, gerando alta demanda na região. Vlamir Brandalizze comenta o mercado do trigo a nível internacional e faz um balanço da situação no Brasil, que se encontra em calmaria. Os produtores visualizam, neste momento, insumos com baixo preço para o plantio do cereal e a perspectiva é de 5 milhões de hectares colhidos ao final da safra. Os números são semelhantes aos do ano de 2022.

Uma pesquisa conduzida pela Embrapa Trigo (RS) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) comprovou que o trigo é capaz de sequestrar mais carbono do que emite para a atmosfera. Os cientistas observaram que durante o ciclo produtivo, o trigo absorveu um total de 7.540 kg de dióxido de carbono (CO2) por hectare da atmosfera, neutralizando as emissões dos períodos de pousio (sem plantas de cobertura do solo ou cultura geradora de renda sob a forma de forragem ou produção de grãos), e garantindo a oferta líquida de 1.850 kg de CO2 por hectare.

A pesquisa contou com a instalação de uma torre de fluxo, em uma lavoura de grãos, em Carazinho, município na região norte do Rio Grande do Sul. Esse equipamento é utilizado pela UFSM para avaliar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) desde a década de 1990. O objetivo foi avaliar as diferenças entre emissão e retenção de carbono (balanço) no sistema de produção trigo-soja, quantificando os fluxos de CO2 em lavouras comerciais de grãos. Utilizando o método de Covariância de Fluxos Turbulentos ou Eddy Covariance (EC), a torre de fluxo capturou informações capazes de identificar o balanço de carbono em cada etapa do sistema de produção ao longo do ano. A pesquisa envolveu dez profissionais de diferentes segmentos, como engenheiros-agrônomos, físicos, matemáticos e profissionais da ciência da computação.

O trigo apresentou o que os pesquisadores chamam de “balanço negativo” de carbono, já que a cultura sequestra mais carbono do que emite para a atmosfera. A cultura do trigo absorveu um total de 7.540 kg por hectare de CO2 da atmosfera durante o ciclo, neutralizando as emissões dos períodos de pousio e garantindo a oferta líquida de 1.850 kg/ha, comprovando a possibilidade de o trigo atuar como cultura “descarbonizante” na produção de grãos do Sul do Brasil. Em apenas 30 dias, foi capaz de emitir 27% de todo o carbono que o trigo e a soja acumularam em 11 meses de cultivo.

O potencial de impacto das pesquisas com a fixação de carbono no sistema de produção de grãos tem reflexos tanto na esfera ambiental quanto na econômica. O mercado de compra e venda de créditos de carbono ainda está em regulamentação no mundo, mas a partir do Protocolo de Kyoto, firmado em 1997, a redução das emissões de gases do efeito estufa passou a ter valor econômico. Assim, quem reduz suas emissões pode vender esses créditos de carbono aos países que emitem mais gases.

 

 

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