Taxação de carnes nobres é sugerida pelo Governo para isentar proteínas mais baratas de impostos

Após as sucessivas quedas ao longo da primeira metade do ano, os preços do boi gordo coletados pelo Cepea têm tido uma maior dispersão nesta virada de semestre. Segundo pesquisadores do Cepea, agentes estão em busca de valores que se ajustem melhor às condições atuais de mercado. A oferta de animais a pasto para abate diminuiu consideravelmente, ao mesmo tempo em que aumentam os lotes de confinamento no preenchimento das escalas. Daqui pra frente, recomenda-se que sejam analisadas, além das estimativas de volumes confinados, as previsões climáticas e a tendência das exportações. O inverno terá influência do La Niña, com tempo seco e temperaturas acima da média previstas tanto para o Sudeste quanto para o Centro-Oeste. A oferta de pastagens, portanto, deverá ser escassa. Os embarques, por sua vez, costumam se intensificar no segundo semestre, e, neste ano, além dos sucessivos recordes dos últimos meses, a valorização recente do dólar deve manter as vendas de carne brasileira em patamares elevados.

As cotações dos produtos suinícolas acompanhados pelo Cepea fecham junho em elevação, e este seria o segundo mês consecutivo de avanço. O excelente desempenho das exportações brasileiras e a procura aquecida no mercado doméstico explicam o movimento de alta dos preços. No mercado interno, a forte demanda – observada sobretudo na primeira metade de junho – somada à oferta reduzida de animais em peso ideal para abate vêm mantendo elevados os valores de comercialização do suíno vivo e da carne.

Vlamir Brandalizze faz um balanço sobre os números envolvendo as exportações de carne do Brasil. Ele também destaca a sugestão dada pelo Governo Federal, que propõe uma maior taxação às proteínas nobres e corte de impostos de carnes consideradas populares, como frango e suíno, com o objetivo de torná-las ainda mais baratas ao consumidor.