Setor do FEIJÃO espera aumento da demanda em 2022 em razão dos auxílios e menor oferta
O consultor de agronegócios Vlamir Brandalizze fala sobre como foi o mercado do feijão este ano de 2021, que foi mais acomodado, e no início, mais firme, após perdas na safra, mas no final do ano tivemos queda no poder de compra da população. Segundo ele, para 2022 a expectativa é de aumento da demanda em razão dos auxílios. E altos custos de produção podem diminuir o plantio.
Apesar da possibilidade de altos rendimentos e grãos de excelente qualidade, o feijão das águas, ou primeira safra, é conhecido por envolver grandes riscos no manejo, segundo o site agrolink. Essa cultura acontece durante o período de chuvas no Brasil, entre primavera e verão, em condições ideais para a proliferação de pragas e doenças que afetam a produtividade da lavoura. E como o feijoeiro possui um ciclo curto de cultivo, a atenção do produtor para a adequada nutrição do solo e da planta, assim como a sanidade da lavoura, deve ser redobrada.
De acordo com gerente técnico especializado em grãos da Alltech Crop Science, o engenheiro agrônomo Guilherme Bavia, a temperatura elevada e o excesso de umidade típicos dessa época podem ocasionar o abortamento de flores e vagens e, principalmente, a propagação de doenças, como o crestamento bacteriano, a antracnose e a podridão radicular. “Todos esses agentes comprometem significativamente o desempenho da safra e, em alguns casos, podem causar perdas totais no plantio”, alerta.
Para diminuir as ameaças do manejo de feijão das águas, maximizar a resistência das plantas às adversidades e fatores estressantes, e favorecer uma colheita produtiva, Bavia aconselha a suplementação nutricional da lavoura, usando, principalmente, compostos ricos em aminoácidos e polissacarídeos.
“A aplicação destes elementos, junto com nutrientes específicos, irá resultar em feijoeiros mais resistentes. Por meio de tecnologias biológicas e nutricionais, aumentamos a proteção da planta, prevenimos infecções e evitamos o aparecimento de doenças”, afirma o engenheiro agrônomo.
Nesse sentido, outra dica do especialista é a necessidade de aplicações constantes para que os estímulos no feijoeiro sejam reforçados. “Diferente dos animais, as plantas não possuem sistema imunológico. Logo, se torna necessário a reaplicação da tecnologia, para que as plantas continuem pré-condicionadas e sintetizando compostos de defesa”, exemplifica.
Pensando na performance fisiológica da safra, um bom equilíbrio nutricional também é indispensável. Segundo Bavia, quando há um incremento fotossintético no cultivo, ou seja, quando, por meio de nutrientes e compostos biológicos, o feijão potencializa sua taxa de fotossíntese, há maior produção de fotoassimilados e enchimento de grãos e a lavoura, como um todo, produz mais. “Seguindo esses passos e olhando o calendário climático, o produtor diminui as ameaças do período e pode ter ótimos resultados com a primeira safra”.
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