REFLORESTANDO O CERRADO
VIVEIRO DE MUDAS
Buriti, ingá, quaresmeira, cagaita, guariroba, pequi, mama-cadela, paineira, angico, jatobá, canela de ema, ipê. Estas são apenas algumas das mais conhecidas plantas nativas do Cerrado. Existem mais de 10 mil espécies vegetais identificadas pelos cientistas neste bioma.
De acordo com a ONG Instituto Sociedade População e Natureza, cerca de 4.400 dessas espécies são endêmicas, ou seja, só existem nesta região. Muitas delas servem como base para a alimentação humana, entre elas, o pequi, o baru, a cagaita, o jatobá e tantas outras… Também como medicamentos: o velame, a lobeira, a calunga, o barbatimão e uma infinidade de plantas usadas ancestralmente pelas populações do Cerrado. O conhecimento dessas comunidades associado ao uso e à aplicação das plantas medicinais do Cerrado também se constitui em um patrimônio cultural de grande importância.
O Paracatu Rural visitou a região de Santa Rita, 22 km da zona urbana de Paracatu MG, para conhecer um projeto da mineradora Kinross com esta comunidade. Nos Viveiros Comunitários são cultivadas mudas de árvores nativas em uma comunidade rural, e a venda das mudas à Kinross serve de renda extra a esses produtores.
O projeto iniciou em junho/julho de 2017 com 600 mudas por viveiro, sendo 16 moradores da comunidade que quiseram participar. Seis meses depois as mudas foram compradas pela mineradora.
Este ano já está em sua segunda etapa, e agora são 20 moradores cuidando de viveiros.
Os proprietários rurais participantes dos Viveiros Comunitários receberam treinamentos realizados pela área de Meio Ambiente da mineradora para aperfeiçoar seus conhecimentos com relação ao cuidado e manutenção dos viveiros, com recomendações sobre como plantar as sementes, como preparar o substrato e fazer a limpeza das mudas para evitar ervas daninhas. A Kinross acompanha de perto, com visitas periódicas aos proprietários rurais para verificar o desenvolvimento do projeto. “É muito importante a participação da comunidade, pois possibilita essa troca de conhecimento e permite que eles se envolvam ativamente nessas questões ambientais da empresa, além de gerar uma renda vendendo não apenas à Kinross, como também para outros compradores”, diz o gerente de Meio Ambiente, Marcos Morais.
A Kinross já trabalhava com reflorestamento de áreas impactadas dentro do Plano de Recuperação de Áreas Degradas (PRAD), porém o projeto veio aliar essa necessidade com a participação da comunidade. A estrutura dos viveiros, mudas, insumos e material foram doados pela empresa, e os produtores entram com a mão de obra. A empresa já comprou a primeira produção, aproximadamente 10 mil mudas. “Quando diferentes setores trabalham em conjunto em prol desse desenvolvimento, todos saem ganhando”, disse Ana Cunha, gerente de comunicação e relacionamento.
O Case dos Viveiros Comunitários foi um dos finalistas e ficou em 6º lugar no 15º Programa Benchmarking Brasil, que foi realizado no mês de junho em São Paulo, com participação de 70 empresas.
Moradora do Santa Rita há 14 anos, a presidente da Associação dos Moradores da Região do Santa Rita Luciene está animada com o projeto dos viveiros e espera com ele alcançar uma nova oportunidade de renda para sua família. E disse que “O dinheiro que vem da roça é muito difícil, por isso, muitas das famílias que entraram no projeto esperam conseguir uma renda extra e sem custo para no futuro poder investir, adquirir um animal ou reformar sua casa”.
Além da utilidade, a vegetação do Cerrado também é de grande beleza. A imagem de um ipê amarelo florido no período da seca é de rara beleza. É uma explosão de cor que fascina mesmo quem já está habituado a ver essas magníficas árvores no auge da florescência no período da seca. Há outras árvores de rara beleza, como as barrigudas – que lembram os baobás da savana africana, as quaresmeiras e as diversas palmeiras que embelezam a região cerrado e a fazem um dos mais belos cartões postais do Brasil.
O Cerrado também oferece grande variedade de cactos, bromélias e orquídeas. Babaçu, brejaúba, buriti, guariroba, jussara e macaúba… Todas carregam nomes indígenas e têm grande valor na vida das comunidades rurais e tradicionais do nosso Cerrado.
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