Embrapa Leite

Qualidade do leite cru é monitorada por sistema portátil em segundos no local de produção

Equipamento pode ser utilizado diretamente no campo e também em laticínios e cooperativas

  • Equipamento portátil, SondaLeite usa feixes de luz para classificar o leite como normal, Lina ou ácido, no local de produção.
  • É uma ferramenta capaz de eliminar a interferência humana, incertezas e minimizar os prejuízos da cadeia leiteira, especialmente para os pequenos produtores.
  • Permite a identificação do chamado Lina (leite instável não ácido), cuja detecção ainda é um desafio pelos métodos convencionais.
  • Tecnologia aguarda parceria para licenciamento e comercialização.
  • Poderá ser utilizado diretamente no campo, acoplado em caminhões de coleta a granel, bem como no laboratório ou instalado nos tanques de resfriamento, em laticínios e cooperativas.

Em fase experimental de validação, uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa, com o apoio da iniciativa privada, é uma alternativa à carência de técnicas rápidas e confiáveis para avaliar a qualidade do leite cru no local de produção. O sistema digital permite acesso aos dados da análise de forma remota via conexão de rede sem fio (Wi-fi). Chamada de SondaLeite, a inovação foi capaz de detectar com precisão e em segundos um problema multifatorial que traz grandes prejuízos à cadeia produtiva brasileira, a incidência do leite instável não ácido (Lina).

Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP), em parceria com a Embrapa Clima Temperado (RS), com o apoio da Dairy Equipamentos, com sede em Curitiba (PR), o SondaLeite utiliza feixes de luzes para constatar, em 25 segundos, as diferentes condições do leite cru, se normal, Lina ou ácido.

Com os resultados obtidos na fase experimental de validação, a tecnologia entra no processo de licenciamento para a iniciativa privada, a fim de que seja realizada a produção em escala e disponibilizada ao setor leiteiro uma maneira confiável de detectar a estabilidade do produto.

O caso mais crítico de identificação é o Lina, uma alteração na qualidade do leite devido à perda de estabilidade da caseína, principal proteína do leite. A instabilidade ocorre quando o leite submetido ao teste de álcool, também conhecido como Alizarol, talha. Ao coagular na presença da solução alcoólica, o leite instável é confundido com o leite ácido sem, no entanto, haver acidez elevada.

Apresentação na Agrishow

A tecnologia, com patente já concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) desde 2021, está sendo apresentada no estande da Embrapa na Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), que começou em 1º de maio e vai até o dia 5, em Ribeirão Preto (SP).

Mas o teste de álcool, utilizado há mais de cem anos, apresenta resultados subjetivos assim como outros falsos positivos ou falsos negativos para a acidez. Ele é realizado em cerca de três minutos, momentos antes da coleta do leite nas fazendas. Esse teste é realizado por determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para avaliar a qualidade do produto quanto à acidez e à estabilidade térmica, conforme preconiza a Instrução Normativa 76, de 26/11/2018.


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