Aconteceu na última segunda-feira (04), no município de João Pinheiro, uma audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para discutir os serviços prestados pela Cemig aos produtores rurais da região. A reunião foi realizada a requerimento do presidente da comissão, deputado Gil Pereira (PSD). Representantes de diversos setores estiveram presentes para expor as principais demandas referentes aos serviços de fornecimento de energia.
Rowena Betina Petroll, presidente da Irriganor, participou do encontro e nos conta sobre os as demandas enviadas aos parlamentares e aos representantes da Cemig.
Evandro dos Reis Brandão (Evandro da Usina), Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Paracatu, vereador do município, proseou com Francys de Oliveira sobre esse assunto. Ele participou da audiência pública em João Pinheiro MG e apresentou os principais pontos.
Participantes da audiência se queixaram, ainda, de constantes adiamentos de prazos por parte da Cemig para a realização das melhorias na região. A deputada Lud Falcão (Pode) salientou que os produtores precisam da programação correta para realizar investimentos e cobrou essas obras. “A cada R$ 3 gastos em óleo diesel, o produtor poderia pagar R$ 1 para a Cemig”, apontou, citando a perda de competitividade.
O prefeito de João Pinheiro, Edmar Maciel, destacou que participa de audiências sobre o assunto desde 2005. Também o prefeito de São Gonçalo do Abaeté, Fabiano Lucas, disse escutar as mesmas promessas ano após ano. “Estou com uma creche pronta para 250 crianças. A Cemig pediu 120 dias para ligar o padrão à rede”, criticou, defendendo a privatização da companhia. Outros prefeitos e vereadores da região também estiveram presentes.
Outro que se queixou dos prazos não cumpridos e do prejuízo causado por isso foi Júlio César Moreira, presidente da Associação Comercial e Empresarial de João Pinheiro. Ele citou, inclusive, prejuízo para o comércio, que também tem de recorrer a geradores, e para o próprio município, que perde em atração de novos negócios.
Os deputados Bim da Ambulância (Avante) e Bosco (Cidadania) reconheceram as demandas, mas salientaram que a Cemig deixou de investir em Minas Gerais durante governos anteriores, levando recursos para outras regiões. Só na gestão de Romeu Zema, segundo eles, houve a determinação para que a companhia concentre seus recursos no Estado. Bim da Ambulância reiterou o pedido para que a companhia cumpra os prazos previstos.
Gil Pereira enfatizou a responsabilidade da empresa para com os cidadãos, em especial aqueles que produzem. “O Noroeste de Minas está no centro do País e com grande potencial produtivo”, disse.
O plano de investimentos da Cemig para o Noroeste prevê um salto de R$ 380 milhões entre 2018 e 2022 para R$ 820 milhões no período de 2023 a 2027. Porém, das sete subestações previstas para o primeiro período, apenas três foram entregues, duas devem ser concluídas neste ano e outras duas em 2024. A elas vão se somar outras dez subestações projetadas para o ciclo 2023-2027.
Marcelo Foureaux, gerente de Relacionamento com Clientes de Geração Distribuída da companhia, culpou a pandemia pelos atrasos no cronograma do primeiro ciclo. Para João Pinheiro, os investimentos devem sair de R$ 28 milhões para R$ 56 milhões. Duas novas subestações estão previstas, mas apenas para o primeiro semestre de 2025.
Diversos requerimentos foram aprovados no fim da audiência, um deles para tentar reduzir esse prazo. O presidente da Agência de Desenvolvimento de João Pinheiro, Arthur Melo, pontuou o drama de esperar mais dois anos tendo prejuízos. Ele também pediu a revisão dos valores previstos para João Pinheiro, o município mais extenso de Minas Gerais.
A Cemig anunciou ainda ampliação e melhorias de rede, com mudança de bifásica para trifásica, e afirmou estar trabalhando para zerar os contratos em atraso até março de 2024. No Noroeste, 111 obras estão nessa situação.
Fonte: ALMG
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