Aves

Prevenção à gripe aviária em Minas Gerais é abordada em reunião intersetorial

O encontro foi realizado na segunda-feira (7/8) em formato híbrido, on-line pela manhã e presencial em 28 regionais mineiras durante a tarde 

 

Cerca de 200 profissionais de diferentes entidades estaduais e federais em alerta contra a gripe aviária em Minas Gerais se reuniram para o alinhamento de estratégias de ação durante a última segunda-feira (7/8). O encontro foi dividido em duas partes, a primeira on-line, durante a manhã, e a segunda presencial, em 28 regionais mineiras da Secretaria de Estado de Saúde. No mês de julho, o Governo do Estado instituiu o Comitê Extraordinário de Prevenção e Enfrentamento à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade.

 

O objetivo principal das discussões foi uniformizar as ações de prevenção à doença por todo o estado, assim como os procedimentos se confirmada a contaminação de aves. Foram ainda apresentados um panorama da gripe no Brasil e no mundo, os impactos socioeconômicos no setor produtivo comercial e de subsistência, as implicações sanitárias e ambientais, as medidas preventivas adotadas e as responsabilidades de cada instituição envolvida no combate ao vírus H5N1.

 

Estiveram reunidos no evento servidores e representantes das secretarias de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), de Saúde (SES), da Polícia Militar de Minas Gerais, além do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Associação Mineira de Municípios (AMM).

 

Integração 

 

Para o secretário de Agricultura, Thales Fernandes, a integração e o compartilhamento de informações qualificadas entre essas instituições são cruciais para manter Minas livre da enfermidade e para uma atuação ágil, eficiente e articulada na ocorrência de suspeitas.

 

“Nenhuma contaminação de ave comercial foi registrada no Brasil até o início de agosto. Mas o risco é iminente e pode ocorrer em qualquer estado do país, incluindo Minas Gerais. Por isso, é fundamental a participação de todos que estão ligados à cadeia produtiva da avicultura, segurança pública, órgãos da saúde e do meio ambiente, bem como toda a estrutura governamental dos municípios nesta parceria que estamos construindo”, avaliou Thales.

 

O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, também ressaltou a importância do trabalho conjunto. “A gente espera conseguir criar estratégias coordenadas entre as três secretarias, os órgãos de Governo e o Ministério da Agricultura para garantir o menor risco de transmissão, especialmente para humanos, embora esse tipo de transmissão seja raro. Temos que estar juntos e nivelados para enfrentar esse novo desafio”, afirmou.

 

Nunca houve casos de alta patogenicidade registrados em território mineiro. Até a segunda-feira (7/8), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) já registrou 77 focos da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, por meio de investigações laboratoriais com resultado positivo. Elas ocorreram nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Foram 75 confirmações em aves silvestres e duas em aves de subsistência.

 

Prevenção 

 

Desde o fim de 2022, quando o Mapa emitiu nota de alerta sobre a gripe aviária na América Latina, o IMA tem reforçado a vigilância sanitária em Minas. A partir dos primeiros focos confirmados no Brasil, as ações do instituto foram ampliadas em três frentes estratégicas: a expansão do monitoramento de propriedades que recebem animais de estados com registros oficiais da doença, a intensificação de inspeções em estabelecimentos localizados nas divisas com Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Bahia e o mapeamento de pontos de pouso de aves migratórias, vistoriados de forma escalonada.

 

Demais ações priorizadas pelo órgão vinculado à Seapa incluem o treinamento de todo o quadro de médicos veterinários do IMA, o aumento de cadastros e fiscalizações em granjas de subsistência, os exames em criatórios com coletas de material para investigação da doença e a divulgação de informações aos produtores rurais e à população em geral. Por determinação do Ministério da Agricultura, foi ainda proibida a aglomeração de aves em eventos agropecuários.

 

A Semad e suas vinculadas, de maneira semelhante, instituíram medidas preventivas.  “Especificamente na área de Meio Ambiente, em articulação com o Instituto Estadual de Florestas, algumas ações estão em curso. Os animais que estão nos nossos Centros de Triagem de Animais Silvestres, os Cetas, passam por quarentena durante 14 dias. Além disso, as apreensões eletivas estão  suspensas”, explicou a titular da pasta, Marília Carvalho de Melo.

 

O diálogo entre os órgãos e entidades ligados ao setor também aumentou no período. “Em Minas, estão sendo realizadas reuniões técnicas desde o início do ano, com diversos parceiros, para a discussão dos temas relacionados e sobre como agir em casos de contaminação. Foram envolvidos, ao longo dos meses, a Secretaria de Estado de Agricultura, a área ambiental dos governos federal e estadual, a Associação Mineira de Municípios, os representantes da avicultura e suas empresas, o Ministério Público, entre outros”, comentou o superintendente federal do Mapa no estado, Everton Augusto Paiva Ferreira.

 

Comitê 

 

Boa parte das instituições participantes da reunião na última segunda-feira (7/8) é integrante do Comitê Extraordinário de Prevenção e Enfrentamento à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, instituído pelo Governo de Minas em 15 de julho. Presidido pela Seapa, o grupo funciona como um conselho deliberativo, com a competência de definir medidas preventivas à chegada do vírus H5N1 em Minas Gerais.

 

De acordo com o decreto, a prevenção e o controle à doença em Minas Gerais devem preservar o desenvolvimento econômico e social, observar a oportunidade e a proporcionalidade das ações de defesa sanitária e zoosanitária, estar em conformidade com a evolução dos riscos com base em dados epidemiológicos, garantir o abastecimento e a segurança alimentar, além da sanidade e o bem-estar animal. São promovidas ainda atividades de caráter educativo e informativo.

 

Fonte: Paula Machado 


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