Fruticultura

Prejuízos causados por doença em bananeiras podem ser minimizados

Um projeto desenvolvido por pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) no Norte de Minas, busca minimizar os prejuízos à cultura da bananeira causados pela Fusariose. A doença, também conhecida como murcha de Fusarium ou Mal do Panamá, é uma das mais destrutivas para a cultura.

No Brasil, a doença ocorre de maneira endêmica por todas as regiões produtoras, com variações em função da cultivar escolhida e do ambiente. Uma alternativa tem sido a escolha de variedades resistentes ou menos susceptíveis ao patógeno, como as do subgrupo Cavendish. As variedades do tipo Prata, que são as mais cultivadas na região Norte de Minas e despertam maior interesse no mercado consumidor, apresentam susceptibilidade mediana.

“Apesar disto, a murcha de Fusarium tem resultado em gradual substituição das áreas de ‘Prata-Anã’ cultivadas no Norte de Minas, por plantios de variedades do subgrupo Cavendish, como ‘Willians’, ‘Grande Naine’ e outras, a contragosto dos bananicultores regionais”, informa a pesquisadora da Epamig, Maria Geralda Vilela Rodrigues.

A proposta “Produção de genótipos de bananeira tipo Prata em diferentes densidades de plantio e adubação nitrogenada visando a convivência com a fusariose no Norte de Minas Gerais”, aprovada no edital 040 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), prevê a avaliação de cinco genótipos de bananeira do tipo Prata sob diferentes tipos de adubação com Nitrogênio e de espaçamentos. O objetivo é determinar a combinação que resulte em maior rendimento e qualidade dos frutos, com redução da incidência da doença e seus impactos na produtividade. Além da Fapemig, essa proposta conta com a parceria firmada em convênio com a Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte).

O experimento está em condução no Campo Experimental de Mocambinho (Cemo), no Sistema III da Área F do Projeto Jaíba. “O preparo da área foi iniciado em janeiro e o plantio em abril de 2023. A área tem histórico da enfermidade, à semelhança das áreas dos produtores locais e está em fase inicial de cultivo e avaliações”, relata a pesquisadora Maria Geralda.

Grande parte dos mais de 20 mil hectares cultivados com banana no Norte de Minas se encontra em Jaíba, o município maior produtor do estado. “A ‘Prata-Anã’ é predominante, com crescentes restrições pela Fusariose, o que justifica a localização do experimento e a parceria com o setor produtivo”, explica a pesquisadora.

Maria Geralda informa que na região Norte de Minas, as variedades do tipo Prata, no geral, produzem o primeiro cacho após um ano do plantio, o segundo cacho seis meses após o primeiro, e o terceiro de seis a oito meses após o segundo. “Após estes três ciclos, há um maior espaçamento entre dois cachos de uma mesma família, estabilizando-se por volta de nove meses. O experimento será conduzido por, aproximadamente, três anos de campo e mais um ano de processamento de dados, com avaliação de quatro ciclos”, acrescenta.

Nutrição mineral de plantas é um dos principais componentes do sucesso de um bananal.

No segundo município maior produtor de banana de Minas Gerais, Delfinópolis, a Epamig também atua visando levar soluções tecnológicas, desta vez para o desenvolvimento de um software e tabelas que possibilitem o diagnóstico nutricional dos bananais. O projeto “Desenvolvimento de normas CND e FS para bananais em Delfinópolis, Sudoeste de MG” foi aprovado no edital Universal da Fapemig, iniciado em 2022 com execução prevista de três anos, e conta com parceria da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Registro- SP, e da Associação dos Produtores de Banana de Delfinópolis e Região (Adelba).

 

Fonte: Agência Minas


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