A distorção do valor praticado no feijão carioca no início da primeira semana de julho, com o passar dos dias, acabou sendo corrigida. Segundo o IBRAFE, a percepção do produtor irrigante de que algo estava errado na desvalorização das cotações levou ao movimento natural de recuo dos vendedores. Não há ainda volume suficiente de colheita que justificasse tamanha desvalorização. Os preços praticados a partir da quarta-feira (05) se aproximaram de um valor mínimo a partir do qual os negócios podem acontecer. Pela qualidade dos grãos, no momento, os preços devem girar, ao menos, em torno de R$ 250/260 base Goiás, o que suporta R$ 270/280, em Minas Gerais. Quem optou por plantar feijão irrigado defende que o ideal seria R$ 280, base Goiás.
Ainda de acordo com o IBRAFE, um fator que precisa ser levado em conta é que o produtor paranaense, sobretudo do sudoeste do estado, é sempre vendedor. Este ano, com atraso da colheita ainda durante a última semana, é difícil prever o volume de feijão carioca que foi vendido. As chuvas da semana que vem, naquela região do Paraná, coincidirão com o momento em que haverá transição definitiva, segundo cooperativas, do estado como principal fornecedor de feijão, que chega com baixo preço na gôndola para o feijão irrigado. Em mais 10 dias, no máximo, segundo avaliam, o abastecimento estará nas mãos de irrigantes. Esse fato é importante, somado à valorização lenta, mas firme, das cotações do feijão preto. Todo o feijão para alimentar o Brasil será de excelente qualidade e praticamente sem a concorrência do feijão barato paranaense.
Marcelo Lüders, presidente do IBRAFE, analisa o mercado do feijão, e ressalta a importância do produtor se manter bem-informado. Segundo ele, aqueles que se deixaram levar pelas especulações e venderam as mercadorias no começo da semana, tiveram prejuízo e frustração diante da recuperação observada de quarta-feira em diante. Luders, no entanto alerta: a retomada das cotações não é garantia de que os preços se manterão em alta, muito menos subirão nos próximos dias.
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