Projetos de Blue Carbon, que se concentram em ecossistemas marinhos e costeiros, são aliados para mitigar mudanças climáticas.
A geração millennial e Z estão cada vez mais voltadas para produtos e serviços sustentáveis. De acordo com uma pesquisa recente da Cone Communications, 73% dos millennials e 67% da geração Z dizem estar dispostos a pagar mais por produtos e serviços sustentáveis. Além disso, 63% dos millennials e 57% da geração Z afirmam que estão mais propensos a apoiar marcas que se comprometem com a sustentabilidade.
Neste cenário, empresas têm a oportunidade de se destacar apoiando a sustentabilidade, e podem se beneficiar de parcerias com players experientes no setor. “Tanto clientes quanto investidores estão cobrando produtos de baixo carbono. É uma demanda do mercado como um todo”, avalia o vice-presidente de América Latina da Diligent, André Bodowski.
Tendência
Os créditos de carbono representam uma unidade que simboliza a redução de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou de outro gás de efeito estufa (GEE). Eles podem ser usados para compensar emissões de GEE, demonstrando o compromisso com a redução do impacto ambiental. “O crédito de carbono oferece oportunidades reais para as empresas. Já existem linhas de financiamento atraentes que podem apoiar iniciativas de redução de emissões, proporcionando um retorno econômico direto”, destaca Bodowski.
O executivo reforça que a demanda por produtos e serviços de baixo carbono não se limita aos consumidores individuais, mas também inclui o mercado B2B, onde as companhias estão buscando fornecedores que ofereçam soluções de baixo carbono para melhorar suas operações; por isso a crescente importância dos projetos de Blue Carbon, que se concentram em ecossistemas marinhos e costeiros, como manguezais, pântanos salgados e pastagens marinhas. Esses ecossistemas armazenam até dez vezes mais carbono do que florestas terrestres e têm um grande potencial para mitigar as mudanças climáticas.
“Vemos cada vez mais que as empresas estão comprometidas em apoiar a conservação e restauração desses ecossistemas e em desenvolver projetos de Blue Carbon na América Latina. Cabe a essas empresas estarem preparadas, com uso de tecnologia, para adequar melhor seus trabalhos neste setor ”, afirma Bodowski, que reconhece a importância de projetos como a Iniciativa Latino-americana e do Caribe para o Desenvolvimento do Mercado de Carbono (ILACC) e a Plataforma de Compensação de Emissões de Carbono (PCE) na promoção do mercado de créditos de carbono na região.
“A América Latina possui um vasto potencial de emissão e absorção de carbono, tornando-se um mercado promissor para créditos de carbono. No entanto, existem desafios, como a regulamentação e a transparência”, explica Bodowski. “Além disso, o papel da tecnologia no cálculo preciso de créditos de carbono, incluindo sistemas de monitoramento remoto, ferramentas de modelagem e outras inovações que facilitam a medição e a redução das emissões de carbono, é essencial”, completa.
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