Um público selecionado e informado esteve presente na 25ª edição da Passarela da Soja, Milho e Culturas Alternativas neste sábado (2), no campo experimental da Fundação BA. Mais de 1.500 visitantes participaram do encontro, entre produtores, consultores, técnicos, gerentes de fazendas, empresas nacionais e multinacionais ligadas ao agronegócio, instituições de ensino e pesquisa e demais elos da cadeia produtiva. Quem estava em busca por conhecimento e perspectivas sobre o mercado dos grãos, encontrou informações que nortearão a tomada de decisões.
Na avaliação do presidente da Fundação BA, o produtor Ademar Marçal, o evento foi essencial para promover a discussão de alternativas entre os produtores presentes, que juntos representam cerca de 1 milhão de hectares produtivos na Bahia. “Falamos sobre desafios e oportunidades. Afinal, o mercado não vai deixar jamais de trazer uma oportunidade em algum momento. O produtor precisa estar preparado para identificá-la”, afirma Marçal.
Com demonstração do desempenho de sementes em campo (vitrine de cultivares comerciais), estandes de parceiros e palestras, a Passarela reuniu inovações e conhecimento técnico, agregando aos mais diversos interessados. “Falamos sobre um problema que afeta muitas lavouras e o nosso objetivo foi criar uma estratégia de ação para enfrentá-lo, um sistema de manejo eficiente”,conta o prof. Dr. Jamil Constantin, pesquisador da Conpea, que apresentou um painel especial sobre o manejo de capim-pé-de-galinha.
Mercado dos grãos
Em um cenário onde o mercado desempenha papel decisivo na venda das commodities, especialmente os grãos, a discussão sobre as alternativas para comercialização ganharam a atenção do público, o que motivou o tema da palestra do consultor e especialista Pedro Dejneka, sócio-diretor da MD Commodities.
“O mercado domina tudo. Ele é soberano. Nosso papel é fazer a gestão de risco”, afirma Dejneka. Durante uma hora e meia de painel, seguido de de um Talk Show entre produtores e representantes, o consultor destacou aspectos geopolíticos, ecônomicos e sociais que devem influenciar os preços dos produtos agrícolas nos próximos meses. Ele acredita que os preços dos grãos devem melhorar a médio prazo.
Aspectos como a estimativa da produção de soja no Brasil para a safra 23/24, que é de 145 milhões de toneladas e previsão de estoque recorde de 116 milhões de toneladas da oleaginosa foram demonstrados como pontos importantes a serem considerados pelo produtor. As importações chinesas também devem crescer um pouco nesta safra, com 102 milhões de toneladas. No ano passado, foram importados pela China 100 milhões de toneladas.
De acordo com Dejneka, o produtor terá que tomar a decisão de venda no momento correto da alta de preços. “As pessoas ainda precisam aprender muito na hora da gestão de risco. O produtor deve saber identificar a oportunidade quando estiverem na frente dela”, defende.
Produção
De acordo com a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), mesmo com os desafios apresentados pelo clima, o estado deve manter os bons resultados de produção, com 7,2 milhões de toneladas de soja e 1,3 milhões de milho. O resultado representa crescimento em relação ao ano passado.
De acordo com o produtor e vice-presidente da Fundação BA, Walter Horita, a região Oeste da Bahia tem alcançado as maiores produtividades de soja, milho e algodão do País. “Isso é uma demonstração de que o nosso modelo de posicionamento é sustentável do ponto de vista econômico, ambiental e social. Aqui produzimos mais por área com mais consciência”, afirma ele.
A Fundação BA
Referência em todo o Matopiba como a principal instituição de pesquisa para o agro, a Fundação BA é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 1997, que tem como objetivo gerar informações para atender as necessidades dos produtores.
Além da Passarela da Soja, Milho e Culturas Alternativas, a Fundação BA realiza diversos outros eventos técnicos voltados ao setor durante todo o ano, a exemplo do Encontro Técnico do Trigo e dos Workshops de Resultados de Pesquisas de Soja, algodão, trigo e culturas alternativas.
Para realização das pesquisas, a Fundação Bahia conta com o apoio da Embrapa, AIBA, ABAPA, Fundeagro, Universidades e os Mantenedores (empresas que investem em pesquisa).
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