MERCADO PECUÁRIO: Mesmo atípico, momento do mercado BOVINO é de retomada das vendas
O leiloeiro Moacir Naves traz mais informações sobre o movimento de vendas da última semana e a expectativa de negócios para os próximos dias.
Mesmo enfrentando recentemente o problema do mal da vaca louca, as exportações de carne bovina devem alcançar bons patamares em 2023. Quanto aos possíveis prejuízos que o País pode ter com a suspensão das exportações de carne bovina para a China, vale lembrar que, em 2021, quando o autoembargo perdurou por pouco mais de 100 dias, o Brasil registrou embarques 7% menores em volume ante 2020, somando 1,8 milhão de toneladas em 2021, mas receita 9% maior, com US$ 9,236 bilhões, favorecida pelo câmbio e pelo preço mais alto da carne bovina nos mercados internacionais.
Já no primeiro bimestre de 2023, com o embargo valendo a partir de 23 de fevereiro, o faturamento com exportações de carne bovina do Brasil ainda havia sido pouco afetado, com redução de apenas 1% em volume, para 336.102 toneladas, em relação a janeiro/fevereiro de 2022. Ainda em janeiro/fevereiro de 2023, o Brasil exportou o equivalente a US$ 1,772 bilhão, 13% menos do que igual período do ano passado, tendo em vista a queda de preços da carne bovina no mercado externo, de 21,8%, para US$ 4.869 por tonelada, conforme cálculos da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em avaliação feita pelo Broadcast Agro.
Na primeira semana de março, mesmo com a suspensão, as exportações brasileiras de carne bovina seguem aceleradas. Nesse período, o Brasil exportou, segundo dados preliminares da Secex, 67.427 toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, com média diária de 8.428 toneladas. Este volume é 9,6% mais alto do que o verificado em igual mês do ano passado, quando a média foi de 7.687 toneladas por dia. O faturamento até agora foi de US$ 328,35 milhões. Mas o valor de US$ 4,86 mil/tonelada é 17,6% mais baixo do que os US$ 5,90 mil/tonelada de um ano antes. Os preços da arroba do boi gordo seguem enfraquecidos no mercado nacional, cenário que vem sendo verificado desde o final de fevereiro, quando os embarques de carne à China foram suspensos, seguindo protocolo estabelecido entre o Brasil e a China em casos de registros de “mal da vaca louca”. Já os preços da carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo estão firmes. Assim, na parcial de março (até o dia 14), enquanto o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (mercado paulista) registra média de R$ 274,48/@, a carcaça casada é comercializada no atacado a R$ 284,85/@, ou seja, com vantagem de 10,37 Reais/@ para a proteína. Trata-se da maior diferença de preços entre o boi gordo e a carne desde outubro de 2021, quando justamente o setor pecuário nacional atravessava um cenário de suspensão de envios da proteína à China.
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