Mercado do TRIGO: demanda é maior que oferta do produto no mercado. Brasil está bem posicionado entre os players mundiais
Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 336,7 mil toneladas de trigo para a safra 2022/23 na semana encerrada em 9 de março, informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As vendas ficaram 26% acima da semana anterior e 23% acima da média das quatro semanas anteriores, de acordo com o Broadcast Agro.
Os principais compradores foram Filipinas (121,9 mil t), Japão (81,4 mil t), México (49,1 mil t), Vietnã (35,6 mil t) e Malásia (19,5 mil t), que compensaram os cancelamentos feitos por Ilhas de Sotavento (20 mil t), Guatemala (16 mil t), destinos não revelados (11,3 mil t) e Equador (5,5 mil t).
Para a temporada 2023/24 foram relatadas vendas de 155,9 mil toneladas. Os compradores foram destinos não revelados (136 mil t), Equador (8,5 mil t), Costa Rica (8 mil t), Peru (3 mil t) e Panamá (400 t).
A soma das vendas ficou próxima ao teto da previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que esperavam volume entre 150 mil e 500 mil toneladas na semana.
Os embarques somaram 250,7 mil toneladas, 34% abaixo da semana anterior e 45% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos do período foram México (48,1 mil t), Filipinas (32,9 mil t), Honduras (29,7 mil t), Japão (25,2 mil t) e Malásia (19,6 mil t).
Estimativas do USDA divulgadas na semana passada indicam que a produção recorde de trigo no Brasil (colhida em 2022) vem compensando a menor disponibilidade do produto na Argentina, que é a principal fornecedora do cereal ao País. E a colheita doméstica elevada vem, inclusive, favorecendo as vendas externas de trigo, que devem crescer frente às da safra anterior e colocar o País como o 10º maior exportador mundial do cereal. No Brasil, a safra foi finalizada em 2022, e a Conab consolidou a produção em 10,55 milhões de toneladas, um recorde. A Conab estima que, entre agosto/22 e julho/23, as exportações somem 3,1 milhões de toneladas, o que seria 1,8% acima das da safra anterior. Quanto aos preços do cereal pagos ao produtor, levantamento do Cepea mostra que estão em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo centro de Pesquisas.
Vlamir Brandalizze acredita que o quadro apertado de oferta do trigo continuará impactando os preços no mercado.
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