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Pragas

MERCADO AGRÍCOLA – 11-07-18

MERCADO AGRÍCOLA

11/07/18

Chicago

Os preços da soja, terça-feira (10/7), voltaram a registrar variações intensas no interior e nos portos do Brasil, mesmo com a estabilidade das cotações na Bolsa de Chicago. Apesar de uma baixa mais severa do dólar nesta primeira sessão da semana – a moeda americana caiu mais de 1% nesta terça – algumas praças de comercialização chegaram a subir até 5,8%, como foi o caso de São Gabriel do Oeste/MS, onde a saca de soja foi a R$ 73,00.

Os preços da soja fecharam o dia estáveis na Bolsa de Chicago. O contrato julho/18 ficou em US$ 8,52 por bushel, subindo 0,50 ponto, o agosto e o setembro terminaram o dia sem variação, enquanto o novembro/18 recuou 0,50 ponto, para ficar em US$ 8,71.

Além da pressão da disputa comercial entre chineses e americanos e a falta de novidades sobre os movimentos de ambos, há ainda um ajuste de posições por parte dos fundos investidores antes da chegada destes novos números do USDA.

As boas condições de clima nos Estados Unidos também atuam como fator de pressão sobre os preços. O desenvolvimento das lavouras norte-americanas é bastante satisfatório, com 71% delas em boas ou excelentes condições – melhores que as do ano passado – além de boa parte dos campos já estarem em fase de florescimento.

 

Milho: bactéria que reduz produtividade em 50% é encontrada no Paraná (5’15”)

O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) confirmou nesta terça-feira, dia 10/7, a ocorrência de uma nova doença em lavouras do estado. A estria bacteriana do milho, até agora desconhecida no Brasil, foi encontrada em lavouras das regiões norte, centro-oeste e oeste paranaense.

De acordo com o pesquisador Adriano de Paiva Custódio, a doença tem potencial para reduzir à metade o rendimento de grãos em híbridos de milho altamente suscetíveis e é causada pela bactéria Xanthomonas vasicola pv. vasculorum. A ocorrência foi constatada em áreas experimentais do Centro de Pesquisa Agrícola da Cooperativa Agropecuária Consolata (Copacol), no município de Cafelândia.

“Em 2016, percebemos plantas com lesões diferentes do que estávamos acostumados, mas não era um problema evidente e pensamos se tratar de uma doença secundária”, conta o engenheiro-agrônomo Tiago Madalosso.

Nesta safra o problema se apresentou com maior intensidade. “Verificamos áreas com grande pressão da doença, embora ainda sem registrar comprometimento significativo da produtividade”, acrescenta.

Após a análise de plantas doentes encaminhadas ao Iapar, a presença da nova doença em território paranaense foi confirmada e notificada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“Em laboratório, fizemos análises fisiológicas, bioquímicas e moleculares, incluindo sequenciamento gênico, para não haver dúvidas sobre a identidade do patógeno”, explica o pesquisador Rui Pereira Leite Jr., acrescentando que a mera existência de sintomas em plantas não é suficiente para caracterizar um determinado patógeno.

A estria bacteriana do milho já foi registrada no Paraná na região oeste (municípios de Cafelândia, Corbélia, Nova Aurora, Palotina, Santa Tereza do Oeste, Toledo e Ubiratã), centro-oeste (Campo Mourão e Floresta) e norte (Londrina, Rolândia, Sertanópolis e Mandaguari).

Segundo os pesquisadores, a bactéria pode se propagar por meio da chuva, vento, água de irrigação e equipamentos como tratores, implementos, colheitadeiras e caminhões.

A doença também pode sobreviver de uma safra para outra na palhada e restos de culturas, ou mesmo em outras plantas hospedeiras, invasoras ou cultivadas – espécies como arroz e aveia também são suscetíveis à doença. “Já o potencial de disseminação por sementes ainda não está totalmente esclarecido”, aponta o pesquisador Rui.

O uso de sementes idôneas e de cultivares menos suscetíveis, a desinfecção de equipamentos, a adoção da rotação de cultivos e a destruição de restos de cultura são as principais práticas de controle. Ainda não há produtos testados para o controle da bactéria.

Como ação emergencial, os pesquisadores defendem o investimento em testes nas principais cultivares de milho atualmente disponíveis no mercado, juntamente com a avaliação de produtos químicos registrados para a cultura que podem ter efeito bactericida e bacteriostático.

Pesquisadores, técnicos ligados à cadeia produtiva do milho, Iapar, Ministério da Agricultura e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) devem se reunir (amanhã) quinta-feira, dia 12, em Londrina para debater implicações da nova doença para a cadeia produtiva.

 

Safra Reduzida

A safra de cereais, leguminosas e oleaginosas deve fechar 2018 com uma redução de 5,3% na comparação com a produção do ano passado. Segundo estimativa de junho do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça, dia 10 de julho, devem ter sido produzidos 227,9 milhões de toneladas de grãos no Brasil no mês passado, o que equivale a 0,1% ou 230 mil toneladas abaixo do estimado em maio.

Das três principais lavouras de grãos do país, apenas a soja deverá ter alta em relação a 2017, chegando a 1,2% a mais. As outras duas devem sofrer queda: arroz, de 7,2%, e milho, de 15,9%.

O levantamento também estima a produção de outras lavouras importantes do Brasil, como a cana-de-açúcar, que de deverá ter alta de 0,5% em relação a 2017; o café, com crescimento previsto de 23,8% no período; e o tomate, com alta estimada de 3,5%.

Há produtos relevantes para a agricultura nacional que deverão ter queda, como o arroz e o milho. É o caso também da batata-inglesa
(-11%), da banana (-5%), da laranja (-8,4%) e da uva (-17,5%).

Nosso colaborador, Vlamir Brandalizze da Brandalizze Consulting fala sobre os mercados.


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