Nos últimos meses, uma das principais pautas de discussões do setor lácteo tem sido as importações. Os compradores brasileiros viram os preços dos produtos importados ficarem bem mais atrativos desde a segunda metade do ano passado, o que estimulou as compras do Brasil desde então. De janeiro a agosto, foram importados cerca de 1,4 bilhão de litros em equivalente-leite (cerca de 8,3% da nossa disponibilidade total).
Desde a segunda metade de 2022, o mercado viu a demanda mundial pelos lácteos desacelerar. A China, principal compradora de lácteos do mundo, “tirou o pé” das compras, o que colaborou para acentuar a pressão de baixa dos preços dos lácteos no mercado internacional.
Com preços mais baixos, os compradores ficaram mais atraídos, corrigindo parte das baixas e dando maior firmeza aos preços. Os 2 últimos leilões da plataforma Global Dairy Trade (GDT) voltaram a apresentar alta nos preços, refletindo em mudança da trajetória.
Além disso, olhando para o mercado futuro, as perspectivas de demanda ficaram melhores. Apesar do cenário ainda ser de baixo crescimento para economia Chinesa, os últimos resultados divulgados para os indicadores econômicos da China mostraram um cenário melhor do que o mercado esperava.
Para perspectivas de oferta, com a queda dos preços dos últimos meses, os principais países exportadores de lácteos anunciaram expressivas reduções para o preço do leite pago ao produtor. Assim, a perspectiva de oferta de leite para o restante de 2023 e para 2024 ficou pior.
Nossos principais fornecedores de lácteos via importações, Argentina e Uruguai, focaram grande parte de suas vendas recentes para o mercado brasileiro (que vinha pagando mais que o restante do mundo). Entretanto, com a retomada dos preços internacionais, outros destinos (como o próprio mercado chinês) voltam a ser interessantes.
Essa movimentação também já pode ser vista nos preços do Mercosul. De acordo com pesquisa do MilkPoint Mercado, na última semana os preços voltaram a subir após uma longa sequência de quedas. Além disso, as empresas consultadas relatam que os envios ao Brasil tendem a perder participação nos próximos meses.
Nesse cenário, com preços do produto importado crescendo e com o preço do leite aqui no Brasil já em menores níveis (após a sequência de baixas que acompanhamos nos últimos meses), o diferencial competitivo de preço das importações tende a diminuir ainda mais, o que torna as importações menos atrativas.
Dessa forma, com preços menos competitivos e com outros mercados ganhando maior relevância nas compras internacionais, devemos ver o volume de importações brasileiras recuando neste restante de 2023 e início de 2024. As informações são do portal MilkPoint.
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