GUZERÁ – paixão verdadeira
O Guzerá dominou a primeira fase do Zebú no Brasil, de 1870 a 1920. Após a abolição da escravatura, além de fatores econômicos diversos, o Guzerá surgiu como uma alternativa viável para substituir a mão de obra escrava no transporte do café, nas íngremes montanhas. Além disto, ele também contribuía com o fornecimento de leite e carne às casas grandes. Começaram aí, as grandes importações do Guzerá no Brasil, engrandecendo a pecuária. Prontamente o Estado de Minas Gerais assumiu a dianteira do comércio do zebu, bem como das importações diretas da Índia.
O Guzerá, imbatível nos campos tropicais, é o exemplo de uma raça completa e versátil. Também é provido de extrema beleza, além de ser considerado o mais pesado, o de maior porte e o de maior produtividade leiteira. Essa excelência garantiu o uso contínuo da raça em cruzamentos bem sucedidos não só no Brasil como também no mundo inteiro, o que sempre lhe garante novos criadores. Com a raça Guzerá, qualquer pessoa pode iniciar seu plantel, já que o gado é relativamente barato, e disputar prêmios nas pistas. Isso porque o gado de elite não é tão diferente do restante do gado, como é o caso de outras raças.
Segundo ALISSON SAMPAIO, médico veterinário, criador de Guzerá, tem aumentado o número de criadores dessa raça aqui na região.
A “pureza genética” do Guzerá tem garantido o sucesso da raça no decorrer da história. Qualquer cruzamento com um Guzerá dá resultado positivo, originado o maior número de mestiçagens e raças bimestiças de sucesso. O uso do Guzerá sobre o Girolando, por exemplo, já é antigo, gerando produtos pesados e leiteiros. O touro Guzerá leiteiro sobre a vaca Girolando meio-sangue é a mais correta alternativa para prosseguir a mestiçagem leiteira.
O Guzerá apresenta alto índice de desempenho em termos de corte, mas também possui produtividade leiteira, principalmente durante o intervalo entre partos. Portanto, trata-se de uma raça de dupla aptidão.
Durante uma visita ao Parque de Exposições Emiliano Pereira Botelho, da COOPERVAP, onde acontecerá competições da raça, eu conversei com o Thales Fernandes Botelho Neiva, de 19 anos, estudante de Agronomia, filho de criador de guzerá, que contou um pouco sobre como iniciou essa paixão.
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