O tratamento dos grãos de café após a colheita é uma fase crucial da produção de alta qualidade, que pode proporcionar aos produtores preços mais elevados. A Emater-MG, empresa de assistência técnica e extensão rural, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), tem alertado os cafeicultores sobre os cuidados necessários tanto na implantação e manejo das lavouras, como após a colheita, para garantir a qualidade da bebida. A iniciativa faz parte da agenda estratégica da cafeicultura da empresa, que visa fortalecer a cadeia produtiva do café em Minas Gerais.
De acordo com o coordenador técnico regional da Emater-MG em Viçosa, Deonir Dallpai, o pós-colheita do café é uma operação que requer planejamento e cuidados especiais para evitar perdas de qualidade e renda. Segundo ele, o cafeicultor precisa fazer um plano de colheita ajustado à sua capacidade de processamento, definir qual tipo de bebida ele vai produzir (padrão ou especial, mais valorizado), quanto vai custar para produzi-la e como ele vai fazê-la. Isso é feito com o objetivo de manter ao máximo a qualidade que a natureza proporcionou e o que ele investiu em um ano de trabalho nas lavouras.
Em todas as fases do preparo dos grãos, para garantir a qualidade da bebida é importante destacar, também, a adoção de boas práticas de higiene. Um dos pontos mais importantes desse processo é a secagem. Rafael Mendonça, direto da redação do Paracatu Rural, traz mais detalhes do procedimento.
Após a colheita, a etapa da secagem é a que representa maiores riscos de perda da qualidade do café. Os frutos recém-colhidos têm alto teor de umidade e mucilagem abundante, ideal para a proliferação de microrganismos que podem causar fermentações indesejadas, capazes de interferir no sabor final da bebida.
O processo inicial de secagem pode ser feito em terreiros, no chão ou mesmo suspensos. Quando o terreiro não é pavimentado, pode-se utilizar também pano grosso ou lona. Neste caso, uma vantagem é a facilidade de proteger o café em caso de mudança brusca do tempo, com risco de chuva.
No caso de utilizar equipamento para o processo final de secagem (quando os grãos estiverem com cerca de 30% de umidade), segundo o procedimento repassado pela Emater, é preciso dosar bem o calor, para evitar manchas nos grãos, que acontecem em caso de temperatura excessiva.
Após todo o processo, ainda é necessário atentar para um armazenamento adequado, em local arejado, próximo ao terreiro ou secador, livre de pragas e também longe de outros produtos, pois o café absorve odores estranhos com facilidade.
Vamos para algumas recomendações técnicas da Emater-MG para o preparo do café após a colheita:
- Revisar e fazer a manutenção e limpeza dos lavadores, secadores, máquinas de beneficiar e tulhas (locais de armazenamento dos grãos).
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Fazer a pré-limpeza dos frutos colhidos para eliminar impurezas grosseiras.
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Acondicionar os frutos em sacos de ráfia e recolhê-los no mesmo dia.
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Medir e transportar os frutos para o local de processamento.
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Fazer a limpeza dos frutos com abanadora manual ou mecânica.
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Espalhar os frutos no terreiro para iniciar a secagem.
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Fazer a lavagem e separação dos frutos por diferença de peso;
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Controlar a secagem do café até atingir o ponto ideal de armazenamento (11% a 12% de umidade).
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Beneficiar o café e classificá-lo por tipo e bebida.
Na página da Emater-MG na internet, é possível baixar gratuitamente uma cartilha ilustrada, com detalhes técnicos sobre o preparo dos grãos de café, desde a colheita até o beneficiamento.
Vale destacar que a atual safra de café em Minas Gerais (2022/2023) deve render, segundo a Conab, 27,8 milhões de sacas (60kg), correspondente a 50,8% da produção estimada para todo o país
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