A quarta e última live do projeto SOS Pecuária Gaúcha foi realizada na segunda-feira, 25 de setembro, no canal do Instituto Desenvolve Pecuária no You Tube. O encontro virtual reuniu o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, e o presidente do Instituto, Luis Felipe Barros. A live também celebrou a 30ª edição do Prosa de Pecuária, tradicional encontro dos associados com lideranças e especialistas do setor e da cadeia da carne.Antônio da Luz iniciou sua fala com a referência de que a pecuária é feita de ciclos, como os de preços em alta ou em baixa. Na sequência passou a apresentar dados em que quando o ciclo está com valores mais elevados, há redução no número de vacas abatidas pelos produtores. “Temos que tirar do Rio Grande do Sul o problema, pois partimos de um pressuposto de que lá fora está ótimo, mas não. Estamos vivendo um ciclo de queda do preço muito forte no Brasil inteiro”, destacou.
O economista levantou dois pontos de dúvidas. Um, com relação ao mercado para China, que tem jogado o preço da carne para baixo e a alta na produtividade e crescimento do rebanho nacional, ocasionando alta oferta e consequente queda de preço. “Quando travamos o mercado para exportação (por causa da vaca louca) e os preços caem, será que não ensinamos nosso comprador a conseguir um preço melhor?”, perguntou Antônio da Luz. De forma positiva, ele traçou uma retomada futura e breve. “Acredito que o ciclo muda no início do ano que vem e teremos uma volta à normalidade. Quem aproveitou para fazer seus rebanhos terá uma surpresa positiva quando for comercializar seus animais e pelo menos uma parte deste resultado ruim de 2023, encerra em 2024”,concluiu.
Luis Felipe Barros, ao assumir a palavra, trouxe um resumo do que foi tratado nas lives anteriores, como as causas da crise da pecuária bovina. Após, provocou com a questão sobre o que fazer com os dados apresentados. Propôs usar a visão empresarial de análise de possibilidades. “Temos que aplicar a matriz Swot, vendo nossas forças, oportunidades, fraquezas e ameaças”, afirmou.
Entre as fraquezas, Luis Felipe Barros destacou que as propriedades gaúchas são pequenas, frente às de outros estados, o custo da alimentação e a baixa escala de abate, frente aos demais estados. “O Mato Grosso abate mais de 230% do que o Rio Grande do Sul, que está em 8º lugar”, disse ele. Ainda foi apontada a desunião da classe e ausência de uma instituição que pense carne 24h por dia.
Entre os itens listados como oportunidades, o presidente do Instituto Desenvolve Pecuária incluiu a sustentabilidade. “O que também está entre nossas forças”, ressaltou Luis Felipe Barros, ao citar a inclusão do gado em áreas degradadas para recuperação do solo. Ele também destacou que é preciso informar que a carne gaúcha é produzida preservando o Bioma Pampa, e deve seguir exemplos como o do vinho gaúcho. “As coisas que estão prontas estão aí para serem copiadas”, concluiu. Barros finalizou sua apresentação instigando a criação de uma entidade que seja independente e pense carne, com integração da cadeia, promovendo a carne gaúcha, a exemplo do Instituto Mato-Grossense da Carne e do Instituto Nacional da Carne, do Uruguai.
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