Desvalorização da carne bovina não chega ao consumidor e preocupa pecuaristas

O mês de agosto se encerrou marcado pela forte queda nos preços de negociação do boi gordo. No estado de São Paulo, a arroba (Indicador CEPEA/B3) registrou média de R$ 222,32 no mês (até o dia 29), com baixas de 11,4% frente ao mês anterior e de significativos 24% em relação à de agosto/22. Trata-se, também, da menor média, em termos reais, desde julho de 2018, quando esteve em R$ 222,06. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão sobre os valores do animal vem tanto da oferta quanto da demanda. No campo, além do já maior volume de boi gordo e de fêmeas prontas para o abate, pecuaristas, temendo novas desvalorizações, passaram a ofertar mais lotes de animais no spot nacional. Do lado da demanda, muitos agentes de frigoríficos consultados pelo Cepea vêm reduzindo o ritmo de aquisição de novos lotes, devido ao alongamento das escalas de abate e aos menores preços pagos pelos chineses pela carne brasileira.

Os preços do suíno vivo e da carne seguem em queda na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo dados levantados, esse cenário se deve ao típico enfraquecimento da demanda doméstica em fim de mês e ao aumento da concorrência com a proteína bovina, cuja disponibilidade no mercado também está alta.

Vlamir Brandalizze faz um balanço sobre os acontecimentos no mercado das carnes. Pecuaristas têm mostrado preocupação com os preços da carne bovina ao consumidor, que seguem elevados, diferentemente das cotações. Isso acaba travando o mercado e seguindo a pressão de baixa nas negociações. Frango e suíno, por suas vezes, apesar da leve e natural queda do consumo interno que acontece no fim do mês, seguem em patamares elevados nas exportações, com o Brasil liderando os embarques mundiais de frango.

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