De acordo com o último boletim semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a região da Ásia Oriental está se deparando com desafios consideráveis para as suas produções agrícolas, já que há um quadro climático complexo e diversificado. O excesso de umidade verificado nas últimas semanas vem afetando negativamente a colheita do trigo, comprometendo a qualidade dos grãos e reduzindo a expectativa de rendimentos. Tal situação pode gerar uma demanda por trigo ainda maior no continente.
Os produtores brasileiros monitoram a situação, podendo se beneficiar das buscas pelo grão. No entanto, a produção nacional também passa por dificuldades relacionadas ao clima. Pesquisadores indicam que o fenômeno El Niño — aquecimento das águas do Oceano Pacífico que tem reflexos no padrão de chuvas e temperaturas do Brasil e de várias partes do mundo — está em atividade. O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) aponta que os produtores de cereais de inverno, como trigo, aveia e cevada, devem ficar atentos à possibilidade de prejuízos com geadas tardias na fase de florescimento e espigamento das lavouras.
O quadro climatológico indica a ocorrência de poucas ondas de ar frio e um regime de precipitações dentro do esperado para a estação, mas com possibilidade de haver episódios de veranicos, que é a sequência de vários dias sem chuvas.
Vlamir Brandalizze destaca as pressões em cima do mercado do trigo. À nível internacional os preços sobem diante da incerteza de prorrogação do acordo entre Rússia e Ucrânia para o escoamento da produção no Mar Negro. Tal situação pode influenciar em um novo aumento das cotações, bem como da demanda pelo mundo. Já no Brasil, os produtores finalizam o plantio do grão e tomam os devidos cuidados para o bom desenvolvimento da lavoura.
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