Um fator que tem preocupado os produtores de lácteos no Brasil tem sido o grande volume de mercadoria importada. Como exemplo, o volume de leite em pó vindo de fora no primeiro trimestre de 2023 foi 300% maior que no mesmo período de 2022. Muito disso se deve a subida do preço do leite em dólar ao produtor, que tem recorrido ao mercado internacional. Além disso, a boa relação que o governo brasileiro tem buscado manter com os países vizinhos somados aos acordos do Mercosul, impedem uma taxação maior dos derivados lácteos vindos de fora.
Outro fator que pode vir a fortalecer novamente a produção do leite no Brasil é a diminuição do volume exportável por parte de seus parceiros comerciais. Para isso acontecer, seria necessário um aumento da demanda interna através do consumo lácteo, o que tornaria, por consequência, os estoques estrangeiros limitados. No entanto, o que se vê é o consumidor brasileiro cada vez menos dependente dos derivados lácteos.
A outra forma de reduzir o ímpeto importador, segundo analistas do portal “MilkPoint” é reduzindo as diferenças de preços, principalmente pela correção de preços por aqui que, para os derivados lácteos, já começou a acontecer. Não é a maneira considerada “ideal”, mas é como funcionam os mercados. A muçarela importada da Argentina, por exemplo, já é pouco competitiva frente à nacional, e o leite em pó integral caminha na mesma direção, depois da entrada volumosa nos primeiros meses do ano.
Diante desse cenário, dando sequência à nossa série especial, de realização do Portal “MilkPoint”, vamos continuar o debate sobre o futuro do leite no Brasil. Nos últimos episódios, foram discutidos os motivos que levaram a queda no consumo e produção de lácteos no país, além da importância de incentivar a cultura em si. Hoje, os especialistas Marcelo Carvalho, Paulo do Carmo Martins e Ricardo Cotta Ferreira falam sobre as campanhas de promoção do consumo de derivados do leite e a maneira como elas podem reerguer o setor na atual conjuntura.
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