25-11 - casca de soja e cervejaria
Alimentação

Casca de SOJA e resíduo de CERVEJARIA para alimentar VACAS – 4º ep. É possível substituir o MILHO?

Casca de SOJA e resíduo de CERVEJARIA para alimentar VACAS – 4º ep. É possível substituir o MILHO?

O milho é um dos principais ingredientes da alimentação bovina, mas o alto preço do grão no mercado interno preocupa os pecuaristas. Os especialistas Polyana Pizzi Rotta – Zootecnista e Anderson Trece – Médico Veterinário comentaram durante o PointCast da MilkPoint que é importante analisar todo um conjunto para decidir substituir o milho ou não, como preço, nutrição do produto, frete, saúde do animal, disponibilidade na região, aproveitamento do produto pelo gado, entre outros e falaram também sobre a substituição pela casca de soja e também o resíduo de cervejaria.

O milho e a soja são os principais insumos da ração animal e estão aumentando de forma significativa o preço da produção, já que a alimentação do rebanho pode chegar a representar 70% do custo total do produtor.

Por isso, vale a pena ver de que forma é possível “fugir” do milho e da soja diversificando a matriz alimentar dos animais.

O resíduo úmido de cervejaria (RUC) é o subproduto gerado pela indústria após o amido dos grãos de cereais ser removido para a produção de álcool. Na fabricação de cerveja, os grãos de cevada sofrem germinação para converter amido em dextrina e açúcar, processo este que é interrompido, através de aquecimento, no ponto máximo de conversão, resultando no produto denominado “malte de cevada”.

O malte de cevada é moído e pode ser misturado com milho, arroz, ou outros cereais, processo após o qual é feito o cozimento e separação das frações sólidas e líquidas. A fração líquida é fermentada para produzir cerveja, enquanto que a parte sólida é o resíduo de cervejaria.

Antes da comercialização, o resíduo pode ser prensado para remover parte da água, resultando num produto que contém de 25 a 30% de matéria seca, ou pode ser secado até 8 a 12% de umidade, resultando então no resíduo seco de cervejaria (RSC). Os teores de proteína e de nutrientes (excluindo o amido) são concentrados no resíduo, em comparação com o cereal do qual se originou.

O resíduo é um subproduto disponível em grandes quantidades nas indústrias cervejeiras no mundo todo. Existem estimativas de que para cada 1000 litros de cerveja são produzidos 350 kg de RUC (13% MS).

A proporção de malte de cevada, utilizada com arroz ou milho, varia entre as indústrias, e a proporção exata faz parte do segredo industrial. Esta variação na proporção de grãos resulta nas diferentes composições nutricionais observadas neste subproduto.

A compilação de sete estudos comparando o resíduo com a combinação de milho e farelo de soja apontou que o consumo não foi afetado pelo fornecimento de resíduo. A produção de leite e o teor de proteína não foram alterados em seis, sendo que em um a produção de leite foi aumentada e o teor de proteína reduzido.

Apesar das vantagens de adotar a cevada na alimentação bovina, o subproduto não vale para todo mundo. Certamente, o primeiro ponto é o preço. É preciso que seja mais barato que os produtos tradicionais, como os farelos de soja e milho, e também que outros subprodutos, como a polpa cítrica e o caroço de algodão. Outro ponto é observar o retorno do animal quanto à produtividade de leite. Se baixar a quantidade de litros, é preciso fazer a conta para checar se a redução dos custos compensa.

A logística é um fator importante a ser considerado, visto que o frete precisa compensar a escolha. Por isso, o ideal é que as fazendas estejam localizadas, em média, até 200 quilômetros de uma fábrica de cerveja.

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