18-11 - balança lacteos
Agropecuária

Balança comercial de LÁCTEOS sofre novo recuo no mês de outubro

Balança comercial de LÁCTEOS sofre novo recuo no mês de outubro

Segundo dados divulgados dia 05/11 pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de -86 milhões de litros em equivalente-leite no mês de outubro, uma diminuição de 13 milhões, ou aproximadamente 17% em comparação ao mês anterior.

Porém, ao se comparar ao mesmo período do ano passado (out/2020), o saldo foi menos negativo, sendo que o valor em equivalente-leite nesse período foi de -169 milhões de litros, representando um aumento de aproximadamente 49%. 

No mês de outubro as exportações se mantiveram estáveis, saindo de aproximadamente 7,1 milhões de litros em setembro para 6,7 milhões em outubro. Ao se comparar ao ano de 2020, as exportações tiveram uma queda de 5,2 milhões de litros.

Do lado das importações, ocorreu um leve aumento entre os meses de setembro e outubro, passando de 80,1 milhões para 92,4 milhões, com um avanço de 12,3 milhões, ou aproximadamente 15%.

Essa diminuição nas exportações, e aumento nas importações, acarretou no recuo do saldo da balança no mês de outubro com relação a setembro. Entretanto, se compararmos ao mesmo período de 2020, observa-se uma diminuição expressiva nas importações, passando de 180,8 milhões para 92,4 milhões, uma queda de aproximadamente 49%, o que impactou na diferença entre os períodos e resultou em um cenário menos negativo no ano de 2021.

Além da demanda interna fragilizada, a competitividade das importações vem perdendo força, o que tende a diminuir ainda mais o volume importado pelo Brasil.

Em relação aos produtos mais importantes da pauta importadora em outubro, temos o leite em pó integral, leite em pó desnatado e os queijos, que juntos representaram 78% do volume total importado. O leite em pó desnatado, o iogurte e o doce de leite foram os produtos que apresentaram maior aumento nas importações em relação ao mês anterior – um incremento de 82%, 179% e 99% respectivamente.

Os produtos que tiveram maior participação no volume total exportado foram o leite condensado, o creme de leite, os queijos e o leite UHT, que juntos, representaram 83% da pauta exportadora.

Produtos que apresentaram forte variação com relação ao mês de setembro foram o leite em pó semi-desnatado e o leite evaporado, que tiveram aumento de 704% e 73% respectivamente, embora o volume vendido ainda não seja tão significativo. Em compensação, o leite em pó integral e o soro de leite tiveram quedas nas exportações de 70% e 57%, respectivamente.

O que podemos esperar para o próximo mês?

Segundo o Milkpoint Mercado, a competitividade dos produtos importados está diminuindo. Os resultados das negociações do evento 295 da plataforma Global Dairy Trade (GDT) apresentaram um novo aumento nos valores dos lácteos: +4,3% em relação ao último evento, com o preço médio fechando em US$ 4.207/tonelada. Esse aumento nos valores internacionais associados a uma taxa de câmbio que tem se mantido elevada no país e preços dos produtos lácteos no mercado interno perdendo força, evidencia um cenário desfavorável para importações.

Além disso, o elevado custo do petróleo faz com que países petrolíferos tendam a importar mais produtos, dentre eles os lácteos. Dessa forma, nossos principais fornecedores do Mercosul, tendem a direcionar suas exportações para esses países, como a Argélia – gerando menor disponibilidade para o mercado brasileiro.

Se esse cenário se mantiver as importações nos próximos meses tendem a ser menores, e abre-se uma oportunidade de janela de exportação para os produtos lácteos brasileiros, podendo afetar o saldo da balança comercial de lácteos, alterando o seu sentido e voltando a ter números menos negativos.

 

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