Representante do Sistema Ocemg debate desafios e demandas em audiência pública da ALMG
Quem frequenta as tradicionais feirinhas de bairro ou passa por uma de vez em quando, seguramente já levou para casa um produto de agricultores familiares ou de pequenos produtores que integram uma cooperativa. É principalmente lá que são comercializados o queijo feito no campo, os hortifrutigranjeiros colhidos no pomar ou na horta familiar, o mel ou o artesanato fabricado por produtores locais. Esses espaços geram trabalho e renda para mais de 18 mil famílias mineiras, que utilizam as barracas para vender seus produtos diretamente ao consumidor final. “A feira livre é o espaço de comercialização local primário, do agricultor familiar”, explicou o assessor institucional do Sistema Ocemg, Geraldo Magela da Silva, que compôs a mesa de audiência pública da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada hoje (14) para debater a importância das feiras livres no Estado.
Mas se o papel das feiras livres é fundamental na comercialização para os produtores, para chegar a esse mercado é preciso antes viabilizar ferramentas de fortalecimento à produção, como também reforçou Silva. Afinal, dos cerca de 190 mil cooperados das cooperativas do ramo agro existentes hoje em Minas Gerais, 80% são pequenos produtores e agricultores familiares, que necessitam do apoio gerado pela união e pelo trabalho de entidades representativas como o Sistema Ocemg.
Gargalos desse setor foram amplamente debatidos na audiência pública, que contou com a participação de integrantes da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Emater, representantes de associações e sindicatos ligados à agricultura e aos trabalhadores do setor e membros de projetos ligados à gastronomia.
Questões como melhoria da infraestrutura dos locais que recebem as feiras livres, formas de agregar valor aos produtos comercializados, acesso a crédito e desafios de ordem tributária estiveram em pauta. “As cooperativas podem facilitar a aquisição de insumos aos produtores, mas enfrentamos problemas tributários nesse aspecto”, exemplificou Geraldo.
Entre outras ações em defesa do segmento agro e de todo o cooperativismo, o Sistema Ocemg compõe um grupo de trabalho, junto com outras instituições e com representantes do setor público, criado para discutir mecanismos de tributação que ofereçam tratamento diferenciado às cooperativas para a venda de insumos aos produtores rurais. “Precisamos facilitar o custo de produção para os pequenos produtores”, salientou o assessor institucional da entidade.
Um grande esforço tem sido implementado também para remover barreiras no acesso a recursos financeiros para investimentos. “Estamos trabalhando para que as cooperativas de crédito ampliem esse olhar diferenciado na oferta de crédito facilitado aos agricultores familiares e pequenos produtores rurais. Hoje, cerca de 40% dos recursos disponibilizados pelas linhas de crédito oficiais chega até esses produtores por meio das cooperativas de crédito”, informou Magela.
Números são fortes – Dos 853 municípios mineiros, 614 contam com a presença de feiras livres e outros 58 estão em fase de implantação desses espaços. Das feiras que já existem, 73,49% são promovidas com periodicidade semanal, concentrando-se nos ramos de hortifrutigranjeiros, carnes processadas, artesanato, agroextrativismo, entre outros. Os dados foram apresentados pelo diretor de infraestrutura da Emater/MG, Vitório Alves Freitas.
Fonte: Sistema Ocemg
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