Preços abaixo dos anos anteriores devem se recuperar a partir da primavera, estimam associados da Conexão Delta G
A liquidez dos remates de alta genética da temporada de outono indicou um grande interesse dos compradores por animais superiores. Os preços alcançaram patamares diferentes dos operados nos últimos anos, mas ainda assim atingiram uma valorização considerável. A expectativa dos produtores, contudo, é de elevação das cifras a partir da primavera.
Nos leilões do grupo Conexão Pampa a liquidez foi total, tanto no gado de alta genética quanto no gado de produção. Segundo Eduardo Eichenberg, ex-presidente da Conexão Delta G e representante da Estância Silêncio, a valorização dos exemplares seguiu o cenário atual. “Os preços se mostraram mais baixos ao longo deste primeiro semestre em razão de diversos fatores – econômicos, políticos e internacionais -, atingindo todas as categorias comerciais: novilhos, vacas e gado de invernar. Os animais de valor agregado acompanham esse movimento, com preços proporcionais aos produtos comerciais”, explica. Eichenberg destaca ainda que, no Rio Grande do Sul, este cenário foi agravado pela longa seca enfrentada.
A comercialização de outono deixou Clarissa Lopes Peixoto, do Grupo Pitangueira e vice-presidente da Conexão Delta G, muito otimista, porque os produtores estão buscando cada vez mais qualidade. “Vem ao encontro do que a gente acredita, que a qualidade, nestes momentos de dificuldade da atividade, sempre é valorizada”, afirma. O que foi comprovado pelo sucesso do leilão realizado pela Pitangueira. Os touros atingiram uma média de R$ 16,6 mil e as fêmeas R$ 35 mil cada uma. “Bem aquém do que comercializávamos nos anos anteriores, mas de acordo com a realidade atual”, diz Clarissa, apostando que haverá melhoria na oferta dos terneiros daqui para frente e na valorização do gado.
Esta positividade também é compartilhada pelo dirigente da Silêncio, que estima boas perspectivas para os remates vindouros da primavera. “Espera-se que haja uma reacomodação de preços, possivelmente para cima”, afirma Eichenberg. Para ele, o ciclo pecuário, que vinha de um excesso de oferta e consequente queda de preço, caminha agora para uma inversão da curva, angariado pelas mudanças climáticas previstas. O fenômeno El Niño representa boas chuvas no estado, com recursos hídricos suficientes para garantir a safra de primavera-verão, que contará com a diminuição dos períodos de seca. Na sua visão, tudo isso estimula os pecuaristas a trabalharem para recompor as perdas que tiveram com a última estiagem, aumentando a procura por reprodutores.
Fonte: Ieda Risco/AgroEffective
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