Leite

Leite a preço de ouro: confira a tendência para os próximos meses.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que no primeiro trimestre deste ano, o volume importado de leite foi três vezes maior que o do mesmo período de 2022. Apenas em março foram internalizados 209,5 milhões de litros em equivalente leite. Essa quantidade representa cerca de 10% do total de leite cru industrializado pelos laticínios brasileiros. Isso levando em conta a média dos volumes de mar/20, mar/21 e mar/22 da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE. 

Entretanto, as importações brasileiras de lácteos ficaram praticamente estáveis (-0,3%) em fevereiro, na comparação com o primeiro mês de 2023, totalizando 156,5 milhões de litros em equivalente leite, segundo dados da Secex. 

De acordo com Lincoln Diogo Lima, economista e professor de curso de economia da Universidade Cruzeiro do Sul, a alta recente do preço do leite se deve a diversos fatores, entre eles o aumento dos custos de produção e, principalmente, ao efeito sazonal próprio desse mercado.  

“O preço do leite começa a subir quando o inverno se aproxima, atinge o seu pico durante essa estação e começa a cair com a chegada do verão. Essa sazonalidade ocorre porque durante o período de estiagem (inverno) as vacas tomam menos água, resultando na queda da produção da bebida. Ao mesmo tempo, como a grama fica mais escassa, o produtor precisa aumentar a utilização de ração na alimentação dos animais, que por sua vez é mais cara. Ou seja, durante o inverno a oferta do leite cai ao passo que o custo de produção cresce, refletindo assim no acréscimo do preço ao consumidor”, completa o docente. 

A tendência é que nos próximos meses o preço do leite continue a subir, mas que fique num patamar menor que o verificado no inverno do ano passado, quando o preço do leite disparou devido aos efeitos da Guerra na Ucrânia, impactando fortemente os custos de produção, entre eles o custo de transporte e da ração. 

Derivados do leite, como muçarela, iogurtes, queijos e leite em pó, serão afetados com esta perspectiva negativa. 

“Na medida em que o verão vai se aproximando, espera-se que o preço do leite comece a recuar e que termine o ano num patamar inferior ao que será verificado nos próximos meses (junho, julho e agosto)”, aponta o professor.  

Por fim, Lincoln salienta que, para o Brasil conseguir amenizar o aumento do leite, é importante adotar medidas que busquem incentivar os produtores a adotarem tecnologias, buscando inovações capazes de aumentar a produtividade.   


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