Análise de Mercado Pecuária de Corte

Mercado das carnes continuam em alta com recordes nas exportações de boi, frango e suíno.

Mercado das carnes continuam em alta com recordes nas exportações de boi, frango e suíno

Contudo, é importante destacar que o custo de produção elevado deve seguir pressionando as margens de lucro do suinocultor brasileiro, especialmente os que atuam no mercado independente. O consultor Vlamir Brandalizze fala sobre o mercado do boi, do frango e do suíno.

Desde 2019, o desempenho das exportações brasileiras de carne bovina vem sendo um fator preponderante na formação de preços da cadeia nacional de pecuária de corte. Segundo o Cepea, em 2023, novamente, as vendas externas devem seguir influenciando os valores domésticos, mas a demanda interna e, sobretudo, a tendência de recuperação da oferta no campo tendem a ser importantes fundamentos para o comportamento do preço. No caso das vendas externas, a China deve continuar sendo o maior destino da carne bovina brasileira, mas os recentes posicionamentos do país asiático frente ao combate aos novos casos de covid-19 e os esforços para recuperar a produção de suínos podem enfraquecer o intenso ritmo das compras internacionais. Diante disso, é primordial que o setor exportador nacional siga fortalecendo as relações com outros importantes destinos da carne. O dólar elevado também tende a manter atrativa as vendas externas da proteína. Quanto à demanda interna, o novo cenário político-econômico pode elevar – ainda que inicialmente – o consumo da carne bovina, tendo em vista a possível redução no ritmo da inflação e os novos estímulos sociais. No campo, a produção brasileira vinha mostrando sinais de recuperação nos primeiros três trimestres de 2022 – tanto em volume de animais abatidos quanto em quantidade de carne por cabeça (maior produtividade) – cenário que pode ser mantido em 2023, sobretudo no primeiro semestre. Por outro lado, os custos de produção no campo seguem bastante elevados, cenário que pode desestimular pecuaristas e limitar o número de animais em confinamento na segunda metade do ano. Já os suínos, mesmo com as incertezas econômicas que permeiam o mercado mundial em 2023, a expectativa é de que o setor suinícola brasileiro cresça neste ano. Segundo pesquisadores do Cepea, o fundamento vem dos possíveis aumentos das demandas interna e, sobretudo, externa. No Brasil, o poder de compra tende a se manter fragilizado, o que, por sua vez, acaba aquecendo a demanda doméstica pela carne suína, que apresenta mais competitividade frente a outras, como a bovina. Além disso, estratégias da indústria em investir em diversificação e posicionamento do produto suinícola no mercado doméstico devem ser mantidas em 2023, fortalecendo a demanda pela proteína. Quanto à procura externa pela carne brasileira, o USDA estima que as exportações nacionais tenham incremento de 2,7% e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de 12%. A aposta do setor está na diversificação dos destinos e na consolidação de parcerias firmadas ao longo do ano passado. Do lado da oferta, estimativas realizadas pelo Cepea apontam possível avanço de 3,3% na produção nacional de 2022 para 2023.

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