CARACOIS-CARAMUJOS
Agricultura Familiar Pragas

CARACÓIS, CARAMUJOS E LESMAS – como proteger sua horta

As lesmas e caracóis são moluscos responsáveis por perdas econômicas na produção de hortaliças e plantas ornamentais.

Provocam tanto prejuízos quantitativos quanto qualitativos, pois, além de diminuírem a produtividade, depreciam o produto reduzindo seu valor, devido à presença de muco ou mesmo dos próprios animais nas hortaliças. Em plantas ornamentais causam danos estéticos que, em alguns casos, são limitantes.

Os prejuízos econômicos podem ser variáveis, dependendo do tipo de cultura atacada. No caso de plantio direto, hoje bastante difundido, houve um aumento significativo dessas pragas. Por exemplo, em feijão, há uma redução em cerca de 20% da produtividade.

Os caracóis e lesmas vivem em locais úmidos e sombreados, danificando plantas normalmente durante a noite. Em condições nebulosas e com alta umidade, eles podem ser vistos durante o dia, após as chuvas. Esses animais raspam com uma estrutura chamada rádula, as folhas, caules e brotos novos, podendo, em infestações severas, levar a morte das plantas.

A lesma, assim como o caracol e o caramujo, é um tipo de molusco que procura sombra e umidade para sobreviver. A diferença entre os três é que a lesma não possui concha, ou tem a concha muito pequena. Ao se mover, as lesmas deixam um rastro de gosma, e esta é uma das formas de identificar sua presença nas hortas.

As lesmas e os caracóis botam seus ovos embaixo de escombros, pedaços de madeira, pedras ou vasos. Desta forma, a melhor maneira de prevenir sua horta de um ataque, é mantendo-a sempre limpa e seca, e livre de entulhos. A única parte da horta que deve ficar úmida (nunca encharcada) é a terra onde estão as verduras ou legumes plantados.

O coordenador de agroecologia da EMATER MG, Fernando Tinoco, ensina como fazer armadilhas simples para capturar as lesmas.

Fernando Tinoco – Coordenador de Agroecologia Emater-MG

Resumidamente, o manejo envolve uma série de medidas, como o uso de iscas tóxicas à base de metaldeído, coleta manual de adultos e uso de armadilhas à base de cerveja ou leite, como disse o Fernando, além do uso de faixas de cal ou cinza, com pelo menos 20 cm de largura, ao redor da cultura.

Vamos a mais algumas dicas:

Catação: a coleta manual de adultos é factível, quando a área cultivada for pequena. Deve-se coletar os adultos com luvas de borracha ou sacos plásticos, pois os moluscos podem transmitir doenças aos seres humanos através de sua mucosidade. Os moluscos adultos deverão ser destruídos manualmente ou em água fervente.

Iscas tóxicas: normalmente à base de metaldeído (produto medianamente tóxico), são pellets que devem ser distribuídos na dose de 50 gramas por metro quadrado, obtendo redução de mais de 80% da população infestante. Há também no mercado uma isca à base de fosfato férrico, também em forma de pellets, mas de menor impacto ambiental (menos tóxica a animais silvestres, domésticos, …), que poderá ser utilizada seguindo-se as orientações do fabricante.

Cal ou cinza: dispostos em faixas de 20 cm de largura em volta da cultura. Estas faixas dificultam o acesso de lesmas e caracóis à cultura. Após cada chuva ou semanalmente, deve-se repetir o procedimento.


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