Alto preço dos FERTILIZANTES e da CARNE BOVINA também é preocupação dos americanos
O ex-presidente da Conab, Sr. Benedito Rosa, comenta no Paracatu Rural que o problema do preço dos fertilizantes, bem como o alto preço da carne bovina, também é um assunto que tem causado preocupação para os americanos.
Os agricultores brasileiros ainda terão que enfrentar desafios no mercado de fertilizantes no próximo ano. De acordo com reportagem de Kellen Severo, para a coluna do Hora H do Agro da Jovem Pam, questões geopolíticas, rupturas na cadeia de produção, crise energética e gargalos logísticos são alguns dos pontos a serem observados. Neste contexto, a expectativa ainda é de preços historicamente altos, e estratégias de manejo do solo serão alternativas bem vindas para alcançar a nutrição desejada tentando diminuir custos. Para 2022, é aguardado o lançamento pelo governo federal do plano nacional de fertilizantes, iniciativa para reduzir a dependência da importação do insumo e incentivar a produção brasileira de fertilizantes.
Segundo especialistas, este momento, não há risco de um apagão no mercado, porém, podemos “observar casos semelhantes aos deste ano, com atrasos ou faltas pontuais”, sobretudo para o cloreto de potássio, que está com um cenário “ainda muito incerto, tanto a nível de preço, quanto a nível de oferta”. O alerta é do analista de fertilizantes da Agrinvest, Jeferson Souza. Segundo o especialista, essa incerteza é fruto da complexidade das sanções impostas pelos Estados Unidos e por países da Europa à Bielorrússia, segundo maior fornecedor do insumo para o Brasil, atrás apenas do Canadá. O país do Leste europeu é altamente dependente dos portos da comunidade europeia para exportar seus produtos, mas nas últimas semanas foi proibido de utilizá-los, o que elevou o preço do cloreto e o receio com a oferta do insumo.
Toda essa insegurança faz o agricultor brasileiro pensar em alternativas para reduzir o uso de fertilizante sem falhar na nutrição das plantas. Para isso, a receita é olhar para o solo: “não é algo que a gente pode aplicar de uma maneira geral, cabe uma análise mais minuciosa”, alerta Evaldo Kazushi Takizawa, engenheiro agrônomo na Ceres Consultoria Agronômica.
Segundo o Canal Rural, a adubação das lavouras brasileiras de grãos da safra 22/23, assim como das culturas perenes, deve ficar mais cara em relação à temporada 2021/22, projetam analistas de mercado.
A estimativa considera que, por aqui, uma eventual queda nas cotações internacionais dos fertilizantes deve ser compensada pelo dólar valorizado ante o real, que encarece os insumos majoritariamente importados e tende a manter os valores pagos pelos adubos firmes ao longo de 2022 no Brasil. Isso porque os insumos necessários para a safra 21/22 tanto de verão quanto de inverno já foram garantidos antecipadamente pelos produtores.
O governo federal lançará o plano nacional de fertilizantes. A proposta não tem a meta de atingir a autossuficiência de produção, mas buscará reduzir a dependência da importação em até 60% nos próximos 30 anos. Atualmente, o Brasil importa cerca de 80% dos fertilizantes utilizados nas lavouras, o que deixa o país vulnerável aos problemas na cadeia de fornecimento internacional. As ações do plano não devem ter um efeito imediato, mas estão sendo vistas pelo governo como um projeto de longo prazo. “Nós queremos fazer com que esse processo nos dê soberania para lidar com eventuais rupturas logísticas que nós estamos vendo hoje e que nós podemos superar no futuro”, destaca Luiz Eduardo Rangel, assessor da Secretaria Executiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para atingir esse objetivo, a estratégia é buscar segurança jurídica, atração de investimentos, aumento da infraestrutura e incentivar a pesquisa e os mercados emergentes de fertilizantes com financiamento e linhas de créditos com juros semelhantes ao Plano ABC. Apesar de ainda não ter uma data definida para o lançamento, o plano está finalizado e já foi apresentado ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Agora, a proposta está na Casa Civil para elaboração do decreto presidencial.
Em 2021, o mercado mundial viu um aumento nos preços dos fertilizantes minerais. Ao mesmo tempo, os fertilizantes nitrogenados apresentaram a maior dinâmica (+61% em relação a 2020), segundo o site www.globalfert.com.br
Para nivelar o aumento do preço dos fertilizantes minerais, os agricultores devem prestar atenção à sua aplicação exata. A análise do solo é extremamente barata em comparação aos fertilizantes e é de grande benefício para os agricultores. Por exemplo, o solo com um índice de 4 para fósforo e potássio definitivamente não precisará deles durante toda a estação de crescimento de 2022.
A cal, embora prontamente disponível, também pode ser de grande benefício se aplicada nos campos nas semanas que antecedem as colheitas da primavera. Também devemos observar o valor dos fertilizantes orgânicos para o cultivo em 2022.
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