4 Pilares da criação de FRANGOS e GALINHAS CAIPIRAS
No Brasil, a criação de galinha caipira é tradição. Mesmo em áreas urbanas, em improvisados galinheiros, a criação dessas aves é meio de obtenção de carne e ovos, geralmente para o próprio consumo familiar.
Criar galinhas é sonho de muitos brasileiros. No entanto, é uma atividade que exige muita seriedade para se transformar em negócio gerador de lucro ao criador.
Por isso, o Paracatu Rural inicia mais uma importante série, desta vez, sobre os 4 pilares para criação de galinha caipira.
Mais uma vez contamos com nosso amigo, o engenheiro agrônomo Fabrício Andrade, para falar desse assunto, do qual recebemos perguntas quase diariamente.
A criação de frangos de corte tomou impulso, no Brasil, no final da década de 60. A partir daí, a avicultura se consolidou graças a fatores como o clima favorável à criação, a expansão da cultura da soja e do milho e a boa receptividade do consumidor ao produto. Essa consolidação se deve, em grande parte, às exportações, que têm um papel importante no desempenho da avicultura de corte.
A carne de frango brasileira sempre foi bem aceita no mundo inteiro, contando com um índice superior a 10% da tonelagem de carcaça produzida e importada pelos países do Oriente Médio e proximidades. A exportação de carne de frango teve grande contribuição da crise gerada pela doença da vaca louca e da febre aftosa, que fizeram com que houvesse uma drástica retração do comércio mundial de carne bovina. Essa grande procura por carne de frango impulsionou os criadores a ingressarem na atividade avícola e a se dedicarem cada vez mais à criação.
Com condições favoráveis à criação e escoamento da produção garantido, os avicultores passaram a buscar por métodos de criação que fossem satisfatórios e suprissem às suas necessidades. Um desses métodos é o sistema de integração:
No Brasil, o sistema de integração consiste em incorporar à atividade principal de uma empresa, todas aquelas que se ligam a ela no ciclo de produção do frango de corte. Desse modo, a integração se aplica, principalmente, entre atividades que são complementares no processo produtivo. Isso acontece do seguinte modo: a empresa de maior porte (integradora) fornece ao criador (integrado) os pintos, a ração, a assistência técnica e se responsabiliza pelo abate e pela comercialização do frango abatido. O criador entra no negócio com as instalações, os equipamentos, o aquecimento, a água, a cama e a mão de obra.
A procura por alimentos cuja origem seja uma produção mais natural e ecológica vem, notadamente, se ampliando nos últimos tempos. Pode-se dizer que essa mudança cultural é devida ao grande estresse sofrido pelos brasileiros, principalmente aqueles que residem nas grandes cidades.
Com isto, aumenta-se a demanda por alimentos diferenciados, isentos de antibióticos e de defensivos. Mas não é só isso que procuram os novos consumidores, eles também fazem questão de consumir alimentos com boa textura, coloração e com sabor natural.
Para atender a nova demanda do mercado, pequenos e médios produtores estão se dedicando à atividade de produção de alimentos alternativos, como a galinha caipira. Portanto, engana-se quem avalia a criação de frango e de galinha caipira como uma atividade condenada ao prejuízo. Se bem planejada e administrada, e com a utilização do manejo correto, a produção de carne e de ovos caipiras pode alcançar excelente lucratividade.
No episódio anterior nosso amigo Fabrício Andrade falou sobre o sistema de integração nas granjas, que é tradicional em várias regiões do país.
A ave caipira é aquela proveniente de uma criação cuja alimentação deve ser suprida basicamente por alimentos naturais como pasto, capim picado, insetos, minhocas, … Há alguns anos, os consumidores cada vez mais exigem do mercado produtos como este, com menos componentes químicos, ou seja, mais saudáveis:
Trata-se de uma das atividades agropecuárias com perfil mais apropriado para os agricultores familiares, pois além de estar enraizada na tradição cultural dos produtores mineiros, requer baixos investimentos, proporciona boa lucratividade e tem uma importância fundamental para a segurança alimentar das famílias. O frango caipira não compete, em escala de produção e custo, com o frango industrial, mas em qualidade e sabor da carne, atendendo a uma fatia de mercado que paga mais por essas características de apelo ecológico.
O frango caipira também é uma opção atrativa de mercado na produção alternativa, com os alimentos fabricados em menor quantidade e por pequenas propriedades. Por meio desse tipo de produção, é possível obter produtos mais naturais e com menor quantidade de aditivos químicos, muito procurados e mais valorizados pelos consumidores.
O mercado de produtos avícolas é composto por consumidores mais exigentes, que demandam produtos mais saborosos, com sabor diferenciado e, ainda, com a mudança de hábitos alimentares desses consumidores, que a cada dia vêm dando preferência a produtos mais naturais, considerados saudáveis.
Até 1960, a avicultura no Brasil se caracterizava pela criação de galinhas em sistema extensivo (a campo) ou semi-intensivo (piquetes gramados). A maioria das galinhas criadas era uma mistura de raças, sem controle de cruzamento, o que caracteriza até hoje as chamadas “galinhas caipiras”.
Após a década de 60, com a introdução da avicultura industrial, a produção e a comercialização dos ovos caipira passaram a diminuir, por não competirem como o melhor desempenho das aves e pelo maior grau de técnicas adotado pelas empresas avícolas. Entretanto, o frango e os ovos caipiras não desapareceram da culinária brasileira. A criação caipira confere aos seus produtos características peculiares, como carne mais saborosa e ovos avermelhados.
Nos últimos anos o mercado começou a se interessar novamente por galinhas criadas no sistema caipira, e isso se deve à procura de alimentos mais naturais e aos movimentos ecológicos, que são contra a criação das aves exclusivamente em gaiolas, adotada no sistema industrial.
A caipira de hoje é na verdade uma complexa combinação genética de carijós legítimos, remanescentes dos primeiros plymouth rock introduzidos no país com outras raças rústicas, como a new hampshire e rhode island red (responsáveis pela transmissão da cor vermelha) e outras raças de frango de corte. Essas raças são excelentes para corte, pois chegam a pesar até 2,50 kg aos 60 dias de idade, e também tem boa produtividade de ovos: botando cerca de 200 por ano.
O Fabrício Andrade, engenheiro agrônomo, nosso amigo, explica o que é a conversão alimentar do caipirão, que como ele falou, é melhor que a do frango caipira natural:
Galinha caipira ou galinha de capoeira é, na culinária brasileira, o termo usado para se referir ao galináceo doméstico criado solto em quintais e fazendas, em contraste com o de criação industrial ou de granja. Tal iguaria aparece como receita tradicional da culinária mineira e da maioria dos outros estados brasileiros.
Relata-se que os tropeiros comiam apenas carne de sol e farinha durante suas viagens e, ao retornar para casa, ansiavam por algo diferente. Assim, as famílias preparavam o frango caipira acompanhado de pirão, arroz branco e feijão tropeiro. Outros autores afirmam que a galinha caipira com quiabo e angu, herança indígena, era usada para alimentar escravos.
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